sábado, 29 de setembro de 2012

La Iglesia de Brasil, indignada con la imagen de Neymar crucificado

La Iglesia católica de Brasil protestó por la portada de la revista deportiva Placar de esta semana, que muestra al delantero Neymar emulando la crucifixión de Jesucristo en un fotomontaje, a la vez que calificó la imagen de indignante e irrespetuosa.
A través de un comunicado de la Conferencia de Obispos de Brasil, se indicó que "la ridiculización de la fe y el desdén por el sentimiento religioso del pueblo por medio del uso irrespetuoso de la imagen de la persona de Jesucristo sugieren manipulación y instrumentalización de un recurso editorial con mera finalidad comercial".
Brasil es actualmente el país con más católicos del mundo -más de un 63% de la población, sobre un total de habitantes de 194 millones.
El polémico montaje muestra a Neymar en la cruz con expresión de sufrimiento en su rostro, clavos en pies y manos ensangrentados aunque sin corona de espinas. El título "La crucifixión de Neymar" alude al sobrenombre con el que ha sido bautizado el astro, "Cai-cai", por la frecuencia con la que cae en el área en busca de penales.
"Apodado 'Cai-cai', el astro brasileño se convierte en chivo expiatorio en un deporte donde todos juegan sucio", indica la portada de la popular revista de fútbol.
La iglesia, por su parte, añadió que reconoce "la libertad de expresión como principio fundamental del estado de la convivencia democrática, pero hay límites objetivos en su ejercicio".
"La revista se muestra insensible al reciente cuadro mundial de deplorable violencia causado por el uso inadecuado de figuras religiosas", concluye el comunicado.
El atacante Neymar, de 20 años, condujo a su equipo Santos a ganar la Recopa Sudamericana esta semana y es titular indiscutible de la selección brasileña.
Neymar es evangélico. Cuando su equipo Santos ganó el Campeonato Paulista, en mayo, celebró con una cinta en la frente con la leyenda "100% Jesús". Su madre es también evangélica devota y dona parte del salario de su hijo multimillonario a la Iglesia que frecuenta.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A Igreja tem salvação?

09/09/2012
Esta pergunta vem formulada por um dos mais renomados e fecundos teólogos da área do catolicismo: o suíço-alemão Hans Küng  num livro recém lançado no Brasil: A Igreja tem salvação?(Paulus 2012). De forma entusiasta fomentou a renovação da Igreja junto com seu colega da Universidade de Tübingen, Joseph Ratzinger. Escreveu vasta obra sobre a Igreja, o ecumenismo, as religiões, a ética mundial e outros temas relevantes. Devido a seu livro que questionava a Infalibilidade papal foi duramente punido pela ex-Inquisição. Não abandonou a Igreja mas, como poucos, se empenhou em sua reforma com livros, cartas abertas e conclamações aos bispos e à comunidade cristã mundial para que se abrissem ao diálogo com o mundo moderno e com a nova situação planetária da humanidade.
Não se evangelizam pessoas, filhos e filhas de nosso tempo, apresentando um modelo medieval de  Igreja, feito bastião de conservadorismo, de autoritarismo e de antifeminismo e sentindo-se uma fortaleza assediada pela modernidade, tida como a responsável por todo tipo de relativismo. Diga-se de passagem que a crítica feroz que o atual Papa move contra o relativismo é feita a partir de seu pólo oposto, o de um invencível absolutismo. Pois esta sendo a tônica imposta pelos últimos dois Papas, João Paulo II e Bento XVI: um não às reformas e uma volta à tradição e à grande disciplina, orquestradas pela hierarquia eclesiástica.
O livro de Küng A Igreja tem salvação? expressa um grito quase desesperado por transformações e, ao mesmo tempo, uma manifestação generosa de esperança de que estas são possíveis e necessárias, caso ela não queira entrar num lamentável colapso institucional.
Fique claro, de saída, que quando Küng e eu mesmo, falamos de Igreja, entendemos, em primeiro lugar, a comunidade daqueles que se permitem um envolvimento com a figura e a causa de Jesus. O foco, então, reside no amor incondicional, na centralidade dos pobres e invisíveis, na irmandade de todos os seres humanos e na revelação de que somos filhos e filhas de Deus, Jesus mesmo deixando entrever que era o próprio Filho de Deus que assumiu a nossa contraditória humanidade. Este é o sentido originário e teológico de Igreja. Mas, historicamente, a palavra Igreja foi apropriada pela hierarquia (do Papa aos padres). Ela se identifica com  a Igreja  tout court e se apresenta como a Igreja.
Ora, o que está em profunda crise é esta segunda compreensão de Igreja  que Küng chama de “sistema romano” ou a Igreja-instituição hierárquica ou a estrutura monárquico-absolutista de comando. Sua sede se encontra no Vaticano e se concentra na figura do Papa com o aparato que o cerca: a Cúria Romana. Há séculos que esta crise se prolonga e o clamor por mudanças atravessa a história da Igreja, culminando com a Reforma no século XVI e com o Concílio Vaticano II (1962-1965) de nossos dias. Em termos estruturais, há que se reconhecer, as reformas sempre foram superficiais ou proteladas ou simplesmente abortadas.
Nos últimos tempos, entretanto, a crise ganhou uma gravidade toda especial. A Igreja-instituição (Papa, cardeais, bispos e padres), repito, não a grande comunidade dos fiéis, foi atingida em seu coração, naquilo que era a sua grande pretensão: a de ser a “guia e mestra da moral” para toda a humanidade. Alguns dados já conhecidos puseram em xeque tal pretensão e colocaram a Igreja-instituição em descrédito.
Os escândalos financeiros envolvendo o Banco do Vaticano (IOR) que se transformou numa espécie de off-shore de lavagem de dinheiro;  documentos secretos, subtraídos das mais altas autoridades eclesiásticas, quem sabe até da mesa do Papa por seu próprio secretário e vendidos aos jornais, dando conta das intrigas por poder entre cardeais;  e especialmente a questão dos padres pedófilos: milhares de casos em vários países, envolvendo padres, bispos e até o Cardeal pedófilo de Viena Hans Hermann  Groër. Gravíssima foi a instrução de 18 de maio de 2001 enviada pelo então Cardeal Ratzinger a todos os bispos do mundo, para acobertarem, sob sigilo pontifício, os abusos sexuais a menores pelos padres pedófilos, a fim de que não fossem denunciados às autoridades civis.Um Magistrado de Oregon,USA, tentou convocar o Cardeal a um tribunal. Finalmente o Papa teve que reconhecer o caráter criminoso da pedofilia e aceitar seu julgamento pelos tribunais civis.
Küng mostra, com erudição histórica irrefutável, os vários passos dos papas para passarem de sucessores do pescador Pedro, a vigários de Cristo e a representantes de Deus. Os títulos que o cânon 331 confere ao Papa são de tal abrangência que cabem, na verdade, somente a Deus. Uma monarquia papal absoluta com o báculo dourado não se combina com o cajado de pau do bom Pastor que com amor cuida das ovelhas e as confirma na fé como pediu o Mestre (Lc 22,32). LEONARDO BOFF(TEÓLOGO)